A mononucleose, popularmente conhecida como doença do beijo, tem sintomas parecidos com as da gripe, mas não possui sintomas respiratórios, vacina ou tratamento antiviral específico. Só um exame aprofundado pode diagnosticá-lo.
Nos últimos tempos, sucessos como “já sei namorar”, interpretado pelos Tribalistas, e “Ela só pensa em beijar”, gravado por Mc Leozinho, ficaram na boca do povo, ilustrando uma realidade cada vez mais forte entre os jovens brasileiros: Eles gostam muito de beijar. Que beijar é bom, ninguém discute. Mas é preciso ficar alerta, já que algumas doenças podem ser transmitidas pelo beijo. Uma delas, muito comum, mas pouco conhecida, é a mononucleose.
A doença do beijo, como é conhecida popularmente, é uma síndrome infecciosa que comete principalmente indivíduos entre 15 e 25 anos. Ela é causada pelo vírus Epstein-Barr, que atua sobre os linfócitos do organismo. “A doença é frequentemente confundida com a gripe, por apresentar sintomas como frebre alta, adinofagia (dor durante a deglutição dos alimentos), tosse, artralgias (dor nas articulações), cansaço, falta de apetite, dor de cabeça, calafrios, desconforto abdominal, vômitos e dores musculares. A mononucleose, no entanto, não apresenta sintomas respiratórios.”
Cerca de 60% da população adulta tem exame que comprova a infecção prévia, mas a maioria desconhece. “A mononucleose é conhecida como a doença do beijo não apenas por ser transmitida ao beijar, mas também pelo fato das amídalas ficarem muito hipertrofiadas e quase se tocarem.”
Enquanto a gripe possui vacina e tem tratamento antiviral específica, o mesmo não ocorre com a mononucleose. A infecção é controlada pelo próprio organismo depois de duas semanas, mas nesse período pode ser transmitida. “O paciente recupera-se espontaneamente, porém uma pequena proporção de doentes necessita de meses. Sendo automibilitada, é uma doença que pode passar sem diagnóstico confirmado caso o paciente não procure serviço médico adequado e faça exames corretamente.”
Os efeitos da doença são combatidos com analgéticos e antitérmicos. Como não existe tratamento ou vacinas específicas, não há uma proteção efetiva contra o vírus. Por isso, na época do carnaval ou após grandes eventos, é possível notar um aumento de casos de doença. “A eliminação do vírus ocorre principalmente pela saliva do paciente sintomático, mas mesmo pacientes completamente assintomáticos podem ser fonte de contágio.”